Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

8.13.2023

o título "família ê, família a, família!" também poderia ter sido usado, mas acho que a musiquinha de melodia feliz não se encaixaria muito bem.

briga de família dentro do carro no engarrafamento. uma bosta por si só. mas o nível foi além, com gente gritando, tendo crise nervosa, mandando eu parar o carro no meio de uma ponte engarrafada, saindo do carro pra pegar um rebu. 

seria mais válido se o motivo fosse minimamente nobre. a verdade é que foi algo como: pediram para deixar uma encomenda na casa de x por um tempo. só que x achou um absurdo o pedido.

o que x não considerou é que a casa onde mora é também de quem pediu o favor. e que essa mesma pessoa paga a maior parte dos gastos de manutenção do imóvel. x mora de graça, mas não pode ajudar quem paga as contas porque atrapalha a vida dela.

x começou a chorar e gritar no carro, pois estava tendo uma crise de ansiedade. ao mesmo tempo, x respondia com deboche e repetia  "minha casa" como se fosse verdade. X não paga contas e tem menos que 20% do imóvel, mas quem via de fora certamente achava que todos os outros estavam tentando assaltar ou sequestrar algo que é exclusivamente de X.

eu geralmente não me meto, mas ouvir x gritando e mandando o dono do imóvel "calar a boca" foi a gota d'água. exigi respeito com voz baixa e forme, pq cansei de ver x a vida inteira dando show e piti quando seus caprichos não eram atendidos. aí x mudou: passou a choramingar pedindo para parar o carro na ponte para ela descer. o que obviamente era impossível no meio de um viaduto. mas X passou a agir como se estivesse sendo mantida em cativeiro. 

foram 40 minutos até chegar num posto de gasolina. X gritava para sair do carro, dando socos na poltroba. foi pegar um rebu. ficamos esperando o rebu chegar de longe. era como se fossemos abusivos por termos pedido um favor e respeito no trato com os outros. porque X não pode fugir do mundo de fantasia onde ela é proprietária do imóvel onde vive e paga todas as contas e impostos. 

o pior: me senti na obrigação de ficar seguindo o rebu por medo de que acontecesse algo com x. aí a pessoa bonita chega "na casinha dela e só dela", pega uma encomenda que estava na casa dela para a própria mãe e larga no corredor. foda-se.

a crise de x passou. mas o processo de demonização dos outros continuou firme e forte. troféu joinha pra X. 

eu lembrei das minhas crises de ansiedade. durante uma das piores, eu quase ateei fogo nas minhas próprias mãos. não conseguia concatenar ideias pq simplesmente acordei com a certeza de que minhas mãos fediam. passei desinfetante, pato purific, água fervendo, bucha... nada tirava o fedor. era angustiante trabalhar pensando estar fedendo horrores. cheguei em casa, continuei esfregando as mãos embaixo d'água. no ápice da crise, joguei álcool nas mãos e ia acender o fogo para queimar as mãos e me livrar do cheiro. lembro até hoje de sentir as mãos ardendo das feridas que causei de tanto esfregar. 

foi quando eu parei e peguei uma pêra na geladeira para comer. me dei esse tempo de uma pêra antes de atear fogo em mim mesma. para tentar pensar. e essa ação tão mundana me salvou. o ato de pegar a pêra, morder, sentir o suco da fruta, os grãos, o som da mastigação, o cheiro... tudo aquilo me trouxe de volta à realidade como se fosse mágica. percebi a loucura daquilo e fui dormir. passei duas semanas cheia de feridas nas mãos.

outro caso? eu já fui tão maltratada em empregos com chefes abusivos que hoje ouvir gritos dirigidos são gatilhos mentais fortes que me fazem tremer inteira, me esconder em posição fetal e chorar copiosamente. é como se eu travasse, meu corpo simplesmente entra num turbilhão que me impede de agir ou pensar de forma eloquente. o tremor vem de dentro, todos os músculos tensos, dor e pontadas no peito. 

passei por isso com X, com seu irmão duvidando, dizendo que eu estava inventando história para me fazer de coitada. perdi dois anos de memórias, meu emprego e nunca mais fui a mesma, foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu cérebro. e minha mãe foi a única ao meu lado. 

por isso, pra mim, é foda. pegar as próprias fragilidades mentais e jogar em cima dos outros e distribuir culpa, debochando de quem está em volta durante a crise. eu nunca faria isso. usar uma crise para não prestar um favor para quem sempre esteve ao seu lado. jogar culpa em cima de mim inclusive, porque eu simplesmente exigi respeito para com os outros, sem gritaria dentro de um carro fechado.

como passar pano pra quem age dessa forma quando simplesmente pedem para fazer algo que foge ao seu mundinho particular, como se fosse intocável?

a mesma pessoa que hoje saiu batendo portas, pés, gritando, foi quem um dia, pelas minhas costas, tratou mal um antigo namorado meu; que acusou um amigo meu de roubar algo quando ela cometeu o crime (eu tinha provas) e nunca se desculpou; que fazia piada pelas minhas costas com outros familiares fazendo piada que minha vida estava tão ruim que iam precisar me dar mesada (eu desempregada na pandemia, passando necessidade); que eu, que moro longe, pedi um dia para que ela desse uma atenção para a mãe doente e ouvi "tenho minha própria vida e não vou ficar mudando minha rotina por ela" (o que me causou uma crise nervosa: caceta, isso lá é jeito de tratar quem sempre fez tudo por X?).

cada piada com minhas idiossincrasias, cada roupa doada pra mim por "não querer mais", mas roubando minhas roupas e sapatos favoritos e destruindo muitos. X limpou o vômito dela com uma camisa que eu amava e pronto. Ficou lá para apodrecer e ser jogada fora. Vale lembrar: X tinha acesso a roupas da moda e compras. eu não. 

X me chamava, "de brincadeira", de seu projeto de caridade. como neurodivergente, tenho uma relação peculiar com dinheiro e status: não entendo como funciona e não aceito o que não é funcional. então estou sempre fodida financeiramente pq aceito ganhar pouco ou trabalhar de graça porque acho que vão reconhecer meu valor um dia (e também me acho meio merda por ser neurodivergente e não entender o funcionamento do mundo). spoiler: ninguém nunca reconhece o valor do outro. as pessoas só se aproveitam de quem dá brecha. sucção mental, emocional e intelectual. eu sou o capacho perfeito: ingênua e leal.

X diz que "amava muito o pai". mas só "deu falta" dele dentro da casa onde viviam depois de mais de 6 horas passadas do horário dele de acordar. O pai estava morto. E X trabalhando de home office. terminou seu horário, foi almoçar e pediu para alguém entrar no quarto dele. X se trancou no próprio quarto e não quis ver o pai, ajudar em nada, tampouco participou do velório. e mesmo 3 anos depois da morte do pai, não desfez o quarto ou escritório dele. tá lá a janela aberta há 3 anos. e mesmo sendo oferecido o serviço de limpeza a ser pago por quem ela debocha e culpa, não se mexe. exige que paguem um hotel durante a limpeza dos ambientes pq não quer estar presente. "não quero, não gosto e não vou". mas na hora de receber o dinheiro deixado pelo pai, estava com suas roupas caras, maquiagem feita, sacando o cheque e distribuindo coices. quando homenagearam o pai, estava ocupada. ama mas ignora que estava sem falar com o pai há semanas antes da sua morte.

X também deixou seu cachorro sem cuidados médicos. o cachorro que dizia amar morreu apodrecendo em vida por falta de cuidados. quando soube e me ofereci para levá-lo ao médico e ficar com ele. era tarde demais. 

e agora X quer obrigar os outros a se sentirem responsáveis pelas escolhas de vida que fez. cospe no prato onde come e escolhe quais os fatos são reais e quais as fantasias que melhor cabem no seu discurso.

por que a raiva, acredoce? porque enquanto X age assim, eu tenho que acolher a mãe de X, que teve crises nervosas por não entender porque foi maltratada. quando a mãe de X desmaia, vomita ou tem crises de pressão alta, sou eu que preciso engolir minha própria crise nervosa para cuidar dela e ser forte para aguentar o rojão que X acendeu. fazer piada para alegrar o ambiente aprodrecido por x. 

então, um recado para desabafar: X, não use sua saúde mental como arma contra quem vc deve respeito (até porque nunca respeitou a minha saúde mental quando eu estava mal). não inveje quem está tentando ser feliz porque você se enfiou até se afogar numa relação abusiva e tóxica (mesmo com as pessoas te avisando e me chamando de "perfeitinha" com deboche quando falei que a situação era ruim). cresce. assuma seus problemas, resolva as coisas com dignidade. saia do seu mundinho de faz-de-conta regado a vitimismo. cresça.

e, sinceramente: pra mim acabou. você deixou de existir. 


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 8/13/2023 12:49:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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