Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

6.29.2006

twisted every way, what answer can i give?
am i to risk my life to win the chance to live?
can i betray the man who once inspired my voice?
do i become his prey?
do i have any choice?

christinne, naquela eterna dúvida. a adorada e odiada christinne. ah, bela moça, você canta tanto e nada faz de bom...

(um post bem longo, para lavar a roupa suja)

eu estou revivendo um passado glorioso, nesses últimos dias. redescobri o prazer de O Fantasma da Ópera. no carro, só toca point of no return, com aquela vozinha rock-and-roll do gerard butler me embalando. (o que é esse homemmmmmmmmmmmmmm????? hmmmmmmmmmm!)

da primeira vez que vi o fantasma da ópera, na Broadway, eu nem tinha cérebro ainda. pensava que peças da Broadway eram pequeníssimas produções e estavam em grandiosos teatros (estes tão gentilmente ofereciam o espaço para eles!) ahhhhh!... a inocência da moça aqui... 1995. lembro que quando vi aquele palco imenso lááááá de cima do teatro, com aqueles panos velhos, não tinha idéia do que era cenografia e que aqueles panos era sobras que o teatro arrumara para a produção esconder o cenário.

mas, começou. microfones na testa - quase invisíveis - e mudanças de cenário de fazer o queixo cair. nunca tinha visto um cenário inteiro girar sobre o próprio eixo! fiquei maravilhada. e a música?! mesmo sem entender muito da tal da língua inglesa, era impossível não chorar e torcer pelo fantasma que, afinal de contas, só era um sociopata desfigurado tremendamente talentoso e que escreveu uma ópera (entenda-se, uma BOA ópera, bem picante e bem diferente) para a sua amada. e os rapazes ainda se gabam de uma dúzia de rosas vermelhas... ... ... ...

e por que a burra da christinne escolhe o meloso do raoul? golpe do baú. é a única explicação.

só sei que me apaixonei. pela broadway, por aquele teatrão tão bem feito e até mesmo pelo andrew lloyd webber, por defender com unhas e dentes a breguice. afinal, em tempos tão cool, nada como um xaropinho à moda antiga.

anos mais tarde, já tendo decorado a peça pelo CD, fui ver novamente. sentei na oitava fileira, bem no centro, bem de cara com toda aquela produção. cantei junto, me segurando para não me levantar e me oferecer para o meu queridíssimo sociopata desfigurado. provavelmente por já possuir um cérebro e um tantito menos de inocência que me permitiu, de cara, notar que, na vida real, o fantasma era mais chegado ao raoul do que a christinne. de qualquer modo, mesmo com o olhar reprovador da moça ao meu lado, me pedindo silenciosamente para calar a boca, saí com os olhos marejados.

e em 2006 minha paixão adormecida foi reavivada. impossível não me perguntar que está hoje vestindo a máscara e a capa do fanstasma em nyc. será que outra fanta uva (gíria GLBT que aprendi há pouco tempo)? ah, a vontade de reviver aqueles momentos mágicos...

e nem adianta tentar me empurrar a versão brasileira. aquilo eu não tenho co-ra-gem de ver. tradução de musicais geralmente criam letras medonhas. é só pensar em emílio santiago e alguma outra cantora na versão de All I Ask of You:

Sou seu homem
Seu melhor amigo
Sou aquele que te tem amor.

ao invés de:

Say you'll share with me
One love, one lifetime
Say the word and I will follow you.

é muita liberdade dramática. virou libertinagem dramática. sabe-se lá o que criaram para essa versão paulista-traço-brasileira.

aí, hoje eu estava no carro ouvindo a christinne chorar suas pitanguinhas para o raoul (a primeira letra do post). acho que todos nós já tivemos um momento christinne na vida, em que escolhemos o(a) almofadinha endinheirado(a) ao invés daquele(a) que nos apóia e nos adora. surgiu a dúvida: qual a razão de sermos tão--tolos? o que nos motiva a buscarmos menos prazer e mais estabilidade?

e pior: por que tentamos o(a) sociopata apaixonado(a)? a christinne vai, canta com ao cara, se esfrega com ele durante point of no return, diz que vai ficar com o fantasma para libertar seu amor, mas lasca dois beijões apaixonados (MUITO mais apaixonados do que seus beijos em raoul, diga-se de passagem) enquanto, ironicamente diz que não gosta dele, que era inocente e ele é um monstro (tá, então por que beijou, oras???). e ao final do beijo no raoul, ela manda o cara deixar sua carruagem mais chique e seus melhores cavalos na porta, esperando por ela. amor? mesmo? ah, tá. vou fingir que acredito.

a mulher ainda tem o displante de voltar depois do fantasma tê-los deixado ir, para devolver o anel de noivado (anel que, aliás, havia sido presente de raoul, depois roubado pelo fantasma, que o devolveu ao dedo da amada). sinceramente, acho que foi para o cara passar o resto da vida olhando para aquela porcaria e ficar choramingando. não é fácil de se recuperar de uma jogada dessas. crueldade pura. ela ainda sai cantando com o raoul, como se nada tivesse acontecido.

o que também serve para provar que somos, sim, cruéis, ao sermos absolutamente sinceros quando não somos absolutamente sinceros. beijos, no século XIX, para uma menina de 16 anos (idade de Christinne) eram mais que o melhor sexo. é quase como o tal do "eu te amo", tão supervalorizado hoje em dia. realmente, essa moça nada tinha de ingênua. pelo contrário, era uma bela duma duas-caras, maria gasolina, trambiqueira e víbora. todos já estiveram no lugar do fantasma, então sabemos que tenho razão.

fica, então, meu recado para christinne: se beijou, minha querida, segura na mão do amado desfigurado e fala que não sai nem a porrada. deixa o almofadinha e vai viver com alguém passional que o sexo é com certeza melhor. ele vai escrever óperas e você vai cantar ainda melhor. depois do compromisso assumido, não devemos voltar atrás. nem deixar na mão quem te tornou quem você é. beleza, sabemos todos, pode por mesa, mas não garante a qualidade do banquete. e olhe, a cirurgia plástica é uma alternativa. se não, é só apagar a luz.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 6/29/2006 12:08:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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