Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

6.27.2006

domingo. noite. barzinho interessante e vazio o suficiente para se ter privacidade.

2 pessoas na mesa.

aquele maravilhoso clima de frio na barriga, sem se ter muita certeza do que deve ser feito. mesmo sabendo que será feito. e não tendo certeza de absolutamente nada.

cerveja mais vinho. é, eu sei. não foi meu momento mais brilhante.

os dois celulares se espelhando, em cima da mesa, para aquela troca de torpedos face-to-face, tão adolescente e fofa. muitas bolinhas de guardanapo espalhadas, mostrando uma pequena guerra também infantil de eu-bato-porque-te-gosto.

meu celular apita. uma mensagem de texto. olho, ainda sorrindo para aquela pessoa tão--surreal. começo a ler:

"oi, acredoce, aqui é pierre. preciso que você me envie a lista das músicas da peça. bjs. pierre."

AHN? COMO? Olhei em volta. Não é possível, esse homem deve estar aqui e querendo começar uma inútil briguinha... Não, não, não, não... Começo a xingar. Desfio palavrões, por ser trazida de volta ao mundo real assim, cold turkey. como é que esse homem ainda consegue me atingir assim, do NADA?

- ah, acredoce, a gente se vê uma vez por mês e você vai se deixar abalar por causa de um torpedo? - eu ouço, vendo aquele sorriso murchando.

não. definitivamente, não. mas ainda assim queria saber como é que ele calculou o momento...

tomei dois Advil. passei quinze minutos sacudindo a perna, indignada, mas tentando parecer lépida e fagueira.

acredito que a mistura de álcool, coca light, anti-gripal e advil fizeram a noite melhorar, pois depois disso, a vida foi só sorriso. a caminhada até o estacionamento, no carro, as horas de languidez total...

lembrei na hora de uma cena de um filme de godard. desprezo. Brigitte Bardot, nua, vai perguntando: "você gosta dos meus pés? dos meus tornozelos? das batatas da minha perna? das minhas coxas? do meu traseiro? das minhas costas?...". o homem vai concordando, quase automaticamente.

incrivelmente, eu não fiz pergunta alguma. fui simplesmente sendo embalada e adorada, cada milímetro cúbico. meus pés, minhas bochechas, o rouge que uso, os meus cílios, as unhas das minhas mãos... a beleza de receber sem pedir nada. a beleza de receber sem expectativas.

nem é preciso dizer que acordei me sentindo maravilhosamente leve.
*risos*
i've passed the point of no return.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 6/27/2006 11:28:00 PM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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