Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

2.25.2006

em terra de cego, quem tem um olho...
errei.

nada melhor do que começar pela tal da piadinha infame.

desde que me entendo por gente tento descobrir o que é a culpa. tem a cristã, aquela em que sexo antes do casamento é feio; a gastronômica, por comer aquele mil-folhas quando já satisfeita, na mais descarada gulodice; a emocional, de ter dito (ou não) algo para alguém (ou alguéns).

a minha é de não saber.

a pior coisa do mundo é não saber.

ontem estava trabalhando com um técnico de montagem. daí ouvi: "puxa, temos q acertar a metade da outro trabalho." na hora, gelei. como assim, eu não paguei o cara? e obviamente o digníssimo diretor, ao meu lado, já veio levantando a voz, me chamando de irresponsável.

às 11 horas da manhã.

fui para um canto meditar. tentar entender como eu havia cometido um erro tão imbecil e porque nem havia me tocado. pensei, pensei, pensei... é uma sensação horrível, a de buscar na sua mente uma informação que já havia sido arquivada. lembrei: o diretor ficou de pagar a outra metade! na outra montagem que os dois fariam!!!!

voltei. falei. o técnico concordou, sorrindo, disse que ele mesmo estava tranquilo, que era bobagem eu me preocupar. novamente ouvi que eu devia ter lembrado de lembrar a ele (o diretor). como discutir com um argumento desses? até porque, entre um 'profissional' com mais de 20 anos no mercado e uma garota que nem é formada ainda, qual será a palavra que irá prevalecer? mesmo assim, é bom tentar, "mantendo o salto alto e sem palavrões" - como diz minha mãe.

é o mesmo que tentar convencer uma porta a ser um elefante. não dá.

ficou o diretor amuado para um lado e eu do outro, tentando não parecer amuada. o técnico veio conversar comigo, elogiando meu trabalho. para quem está se sentindo mal (eu, no caso) ouvir elogios equivalem a levar bofetadas. eu ainda olhei para ele, forçando aquele sorriso de "putz, eu sou uma menina legal e muito obrigada, mas eu não acredito em nada disso e vou fingir só para que você fique feliz".

pausa para o almoço.

aí, segue para o surrealismo: volto ao teatro para encontrar o técnico dando uma bronca no diretor: "você pega pesado demais com a menina. ela só está começando e é uma das pessoas mais responsáveis e apaixonadas pelo trabalho que conheço". é lógico que no final da frase a madeira no chão sob meus pés estala e ambos se viram para mim:

- é... - sorriso forçadíssimo de acredoce - ele não me bateu de cinto, ainda. então, tá tranquilo.

pausa constrangedora. eu vi o grande diretor tomando bronca do técnico. apaga, apaga e sai de fininho, com um sentimento ainda maior de humilhação: "será que eu estou com essa cara de coitada, assim, tão forte?"

segundo minha colega, não.

passei o resto da tarde do lado de fora. o diretor, lá dentro.

no final das contas, levei mais uma bronca por um e-mail que procurava justamente deixar as relações claras. mas eu não tenho direito de deixar a situação clara. mesmo sendo esta a minha função. (essa eu até agora não entendi, mas ouvi na frente da equipe do espaço onde vou trabalhar que foi uma irresponsabilidade sem tamanho).

isso é que é minar uma reputação, sabe? são pequenas ações.

porque nesse cabo de guerra, é óbvio que eu perco.

e não adianta a equipe local ter elogiado minha organização, o técnico me defendido e ter um histórico maravilhoso, com minha ex-chefe me pedindo para voltar a trabalhar para ela e uma última temporada recheada de elogios do espaço a mim.

"mas se eu tivesse mais de quarenta anos..."

e como é que eu poderia ter nascido há vinte anos?

terminei o dia com umas garrafas de Sol, vendo o pôr-do-sol na lagoa.
nem peguei carona no bloco.
eu até agora quero entender a nitroglicerina de um e-mail descritivo-simples.
mas, fazer o quê, né?
é botar a mochila nas costas e voltar ao trabalho.
aqui ó - palavras maiores que atos.
essa coisa de trabalhar é chato pacas.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 2/25/2006 12:30:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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