mais um adjetivo para volúvel ->
1.31.2006
ainda encontro
passei a semana na sensação de estar indo de porta em porta para pedir algo que é meu. loucura? talvez. mas é um sentimento exato, mesmo que sentimentos não sejam exatos. o x da questão é que eu tenho tudo muito bem elaborado aqui *aponta para a cabeça*, porém não coonsigo, nem sob tortura - e eu tentei! - arrancá-lo.
talvez seja por não ter a mínima idéia do que farei com o que está no meu emaranhado de pontes neurais. a preocupação foi tão grande em ter que, mal consigo imaginar a vida com. ou sem, pois mesmo que esteja vivendo, ao viver nessa loucura de obsessão, eu acabo não vivendo.
portanto, precisava de uma questão objetiva.
hoje, por volta das quatro da manhã, eu revia pela enésima vez Closer (Idem, Inglaterra/EUA, 2004) e acabei recebendo a luz de uma epifania nada santa. Clive Owen, enquanto observava Natalie Portman mostrar suas partes mais íntimas vestindo uma estranhíssima peruca rosa, diz:
- Everything is a version of something else.
ou, em velho e bom português:
- Tudo é uma versão de outra coisa.
decidi, então, comum sorriso de orelha a orelha, repartir essa grande pérola de Clive - na verdade, de Patrick Marber - com a minha agenda de telefones no celular. Mal me toquei - e repare que isso sim é felicidade incontrolável, o tal do bliss, palavra sem tradução como a nossa saudade - que já passava das 4:30. AM. Ou que algumas daquelas pessoas eram contatos de trabalho e realmente não iriam entender aquele não-spam.
naquele momento em que recebia as mensagens de confirmação de envio da bela frase, eu juro que o mundo fez sentido e que iria tocar cada um da minha seleta lista de uns 100 números.
pena que ninguém pensa o mesmo:
"p*rra, acredoce, q susto!!"
"tá."
"ih, ta apixonda?"
"@*!!!!!"
"sem filosofia baratas, plz"
ah, como as pessoas precisam de mais luz.
e eu, de noção.
perdi a fé no ser humano.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 1/31/2006 04:27:00 PM
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