Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

10.09.2005

acho que um dos prazeres silenciosos de toda mulher é ouvir um homem reclamar que algo é pesado pacas, para pegar objeto e levá-lo ao lugar desejado e ainda dizer, sacudindo os cabelos: não achei tão pesado assim., mesmo que seja mais pesado do que a própria necessidade.

é detestável lidar com caras que reclamam de tudo.

ontem, trabalhando na montagem de um espetáculo, ouvia fortões xingando enquanto suavam a camisa e tentando me diminuir com frases como: "deixa que eu é que entendo disso", mal sabendo que não só eu sei, como que eu já havia feito isso mais de um trilhão de vezes. e provando o fato ao consertar os erros do sr. sabichão com um sorriso maléfico no olhar.

atravessar a ponte 6 vezes, andar com a sandália arrebentada por falta de tempo, presentear-se com um combinado delicioso para ouvir: "nossa! você tem tempo para almoçar? e dinheiro para comer sushi? eu, não." para engolir o "foda-se e vá para a p.q.p." com um pedaço de raiz forte, ser xingada pelo produtor da outra peça, ouvir a cantada do segurança, sair para comprar comida para o elenco e ouvir: "eu estou de dieta. você não comprou fruta, não?", para completar com "ih, lindinha, se eu te der o dinheiro, você vai ali na vendinha? como eu estou desde 8 horas da manhã aqui montando cenário, luz e me digladiando com a outra peça, eu não tive tempo de pensar em maçãs para você" e fazer uma pequena inimizade no elenco... eu sou masoquista.

pela primeira vez soube o que é fazer uma peça a menos de dois metros de uma galerinha com uma pastinha vermelha, anotando cada movimento de cada cena. é um prazer estranho ver quando te olham com admiração e imaginar aquela canetinha vermelha dando uma notinha para aquilo. e fingir que não está nem aí para eles. pela primeira vez eu tive que me arrumar em 8 minutos e andar de bobes de cabelo pelo teatro, sendo apelidada de "dona florinda dos infernos".

no fim do dia, com um black power indesejado e uma cada de 100 dias de insônia, o carro carregado, as mãos, pés, joelhos, cabeça, costas doloridas, com um elenco que simplesmente nem se liga na desmontagem, que recaiu sobre mim e mais uma e uma camiseta cinza de sujeira e vários hematomas de pancadas pelo corpo, eu descobri que esse negócio de produção é para loucos. eu posso ser maluca... mas não louca.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/09/2005 11:34:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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