mais um adjetivo para volúvel ->

 

7.10.2005

Noite de estréia

O único dia de teatro lotado até agora. Tive minha primeira experiência com um balcão cheio de gente. Bom, se alguém espera que eu vá ficar comentando interpretações... há.

No fim de tudo, eu ia desmontar o equipamento de som, mas achei melhor ir fazer aquela social. Cheguei lá fora e já pude ver quem gostou e quem detestou. Pierre simplesmente ficou do outro lado do foyer e me ignorou. Fiquei conversando com minha mãe, meu amigo f*o*f*o que quis ir na estréia da "tia acredoce" (apelido bobo que deve ser ignorado). Nos abraçamos, eu me despedi da minha mãe maravilhosa (e tem algo mais brega do que rasgar seda para a própria mãe? mas eu rasgo! ela é algo à parte!), do meu irmão. Voltando para o teatro, fui ignorada maisuma vez por Pierre, que concentrou seus olhares no meu amigo. A namorada fez o mesmo. Então, reconhecendo que não havia como fingir mais que nãomevia - estávamos 20 cm de distância - ele me dá "parabéns."

"obrigada."

A namorada "parabéns."

E todos nós sabendo que eles queriam saber quem era o meu amigo, com quem eu estava de mãos dadas. Olhavam para as mãos.

"o trabalho final é para segunda", diz Pierre.

E engolindo a vontade de responder "foda-se", eu sorri forçado: "obrigada. *pausa* hm, quer dizer, bem, é obrigada, mesmo."

A namorada "Agradeceu tanto que está no automático, né? Nem ouve mais nada."

Eu "A gente ouve tantos elogios lindos que é impossível estar no automático, mas dá uma vontade enorme de agradecer pela presença de cada um para sempre. Mas, vc também está em cartaz, fulaninha, deve saber do que eu estou falando...."

Virei as costas e saí. Com meu amigo.

(***)

No bar - e não é que comemoração de ator pobre sempre termina no bar? - meu amigo pediu para sentar em outro lugar, porque não aguentava mais os olhares de Namorada e Pierre.

Sinceramente, deixei de compreender o mundo.

(***)
Pierre, o mais-que-pseudo-orientador, se esqueceu de entregar meu pré-projeto corrigido. Isso por que era para segunda-feira. E ele só se lembrou quando eu liguei no sábado, de manhã cedo, para perguntar o paradeiro das minhas palavras.

(***)
Diálogo imbecil entre Namorada (de Pierre) e acredoce, que são coleguinhas de trabalho na faculdade:

ela: tá, mas sendo do grupo x, eu preciso ser do grupo y?
eu: se você quiser.
ela: mas ser do grupo x não é ser do grupo y?
eu: não.
ela: por que?
eu: x é x. y é y. uma coisa não tem nada a ver com a outra.
ela: ué....
eu: meu deus, entenda: se x fosse igual a y, não seria necessário dois grupos. isso é lógico. é lógica. vc pode ser dos dois grupos, mas uma coisa independe da outra.
ela: mas se eu sou de x e de y, tenho responsabilidades com os dois?
eu: é, né... são DOIS grupos.
ela: mas isso não faz sentido.
eu: na boa, minha querida, quem não está fazendo sentido é você. Peraí que eu preciso de um coca-cola, porque esse café é quente e... (se levanta e sai).

(***)
Eu estou extremamente chateada por ser burra.
Sim. Muito.
Muitíssimo.
Detesto fumar. Odeio. Não aguento mais.
Muito mesmo.

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 7/10/2005 10:56:00 AM |