mais um adjetivo para volúvel ->

 

7.27.2005

Napoleão da Ala D

Eu não sou boba o suficiente para dizer que superei meus pais. Acredito que nunca chegarei nem ao dedo mindinho. *rasga um pedaço de cetim, porque seda é muito caro* Meu pai é um engenheiro genial e minha mãe é tudo-de-maravilhoso. *joga fora pedaço de cetim completente rasgado*

Mas ontem adquiri uma novavisão sobre a dupla que gerou meu DNA. Meu pai bolou uma estratégia para conseguir ter alta. Ele grava pequenas informações e fica jogando com elas, com os vários médicos. Jogouo cardiologista contra o clínico-geral, pegouno pé do neurocirurgião e fez o neurologista bater a porta. E adquiriu carta branca da psiquiatra para continuar suas loucuras. Aterrorizou as enfermeiras. E prometeu uma feijoada na minha ex-casa, com o meu irmão tocando pagode no violão e quem vos escreve nos vocais.

O hospital em massa foi convidado e estão me cobrando a data. E pedindo músicas. Perguntaram se eu sabia cantar "alma gêmea" do fábio jr.

Saiu 'correndo' (sem sair do lugar), com o depósito da sonda urinária sacudindo na mão e cantando "um dois, feijão com arroz". E me acordou de 15 em quinze minutos na madrugada para colocá-lo na cadeira, entregar as palavras cruzadas, tirá-lo da cadeira dois minutos depois e ajudá-lo a deitar. E ele não se lembrava que havia pedido isso. E hoje me chamou de mentirosa quando contei o caso.

Absolutamente normal.

A família está em pânico. Meu pai se nega a falar com a minh mãe porque se lembra que eles estão separados. E minha irmã não quer que ele volte sem a minha mãe para ficar de enfermeira, pois aí a responsabilidade seria dela. E meu pai acha, realmente, que em dez dias estará dando aulas de calor específico, massinhas de moleculazinhas com nomes em latim... isso porque ele diz que está internado há cinco anos e tem 85 anos de idade.

Mas a melhor, mais bizarra, notícia de todas: a mulher morta que foi atingida por uma bala perdida em seu funeral. E o pior: ninguém velava o corpo. E ela foi enterrada com a bala, mesmo. Afinal, que diferença faz?

É, existem situações piores que a minha...

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
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