mais um adjetivo para volúvel ->
6.14.2005
Coincidência?...
Há momentos em que eu paro o que quer que esteja fazendo para pensar em coisas idiotas. É verdade que eu penso coisas idiotas o tempo todo - e que ninguém veja concluir que eu sou idiota por conta disso. Ontem eu estava ensaiando e meu diretor, para exemplificar algo que já não lembro, disse:
- Eu, quando era adolescente, às vezes ficava pensando "e se minha mãe morresse agora"?
Aí o assistente de direção completou:
- Pô, eu também, ficava pensando que se meu irmão morresse eu ia tocar violão no enterro dele... Sabe, chorando pacas, cantando e tocando. Eu estava aprendendo violão na época...
Doentio? Bom, cada um pensa as suas idiotices. O caso é que eu freqüentemente me pergunto o que aconteceu com as pessoas que estudaram comigo. Por exemplo... a turma do curso de formação de teatro? Um eu sei que virou produtor, outro desistiu de tudo e virou publicitário, outro, que era relativamente conhecido, sumiu. Outro eu vejo numas propagandas, de vez em quando... Outra é produtora free-lancer. Mas tem uns que fogem, escapam e ficam no esquecimento.
O telefone toca.
- Boa tarde, poderia falar com o Sr. Tal (pai de acredoce)?
- Hm, bem, hm... O Sr. Tal não está. (e nem vai estar mais, visto que sou filha de pais separados e atualmente estou com minha mãe).
- Teria como deixar um recado?
- Tem, sim. - "Putz, eu conheço essa voz..."
Pego papel e caneta.
- A senhora pode avisar que Maria Brócolis ligou para ele e que--
- Maria Brócolis? Seu nome é esse? (é lógico que não. o nome dela é outro, mas eu escrevi Maria Brócolis por ser a primeira coisa em que pensei. Tá vendo? Pensamento idiota.)
- É.
- Eu estudei com você.
- A senhora pode anotar o telefone e--
- Você fez um evento de esquetes, com a marca "salto alto"; nós nos formamos juntas no curso--
- Olha, eu ligo depois...
- Desculpa, Maria, é que eu--
- A que horas posso falar com ele?
Silêncio.
- Esqueceu o passado, Maria? Ou eu estou louca?
- Queria esquecer. Não sei se você notou, mas eu agora sou operadora de telemarketing.
E desligou na minha cara.
Definitivamente, essa coisa de ser ator não dá em nada...
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 6/14/2005 11:47:00 AM
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