mais um adjetivo para volúvel ->

 

5.01.2005

E vem a saudade...

Eu suspeitava, de modo bem leve, da minha completa falta de aptidão. Dos muros altos, das camadas extras de proteção, das tintas que fazem tantas camadas que viraram blindagem. Só que toda a boa blindagem protege também do que não deveria. E deixa passar as raposas em pele de cordeiro.

Há muito tempo havia prometido que nunca mais me deixaria levar pela aparência inocente. Há mais tempo ainda, quando ainda nem sabia direito o que significava uma promessa - é para a vida toda - eu fiz umas escolhas... Agora, eu fico tentando parecer culpada, inocente e vítima do meu próprio caminho. Muito feio e com desaprovação eu me olho no espelho esfumaçado do espelho e nego qualquer cara de coitadinha.

Meu pseudo orientador disse que, no ritmo em que estou, não conseguir me formar. Isso porque o débil não sabe me orientar e só depois de falar com a minha mãe eu descobri que minha hipótese era, realmente, impossível de ser pesquisada. Lobato me deu vários livros para ler. Em um deles, um manual para preparação de teses, monografias e afins, o autor disse que é necessário colocar a pesquisa como foco principal da vida. Eu me desesperei, com minhas idéias de irpassar uma semaninha descansando em Búzios. "A mulher de um orientando foi fundamental por tê-lo aceitado e suportado por três anos de pesquisa." Fiquei com pena da imbecil, passando noites e noites imaginando comoseria voltar a ter uma vida sexual.

Talvez eu não sirva para essa tal de vida acadêmica. Ser monitora é definitivamente um saco. Eu detesto almoxarifados e detesto pequenoscubículos com um computador que mal funciona. Detesto reuniões semanais em pizzarias pé-de-chulé. Eu me peguei sentindo falta da louca que me ligava 8 vezes por dia. Da débil contratada. Das fofocas terríveis.

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
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