mais um adjetivo para volúvel ->
4.24.2005
Eu me sinto como um fantasma
Por aqui, lá embaixo, no entanto com voz tão próxima, habita o Filho de Maria Bethânia. Um amiguinho que às seis e vinte em ponto começa a falar do dia e a berrar com os taxistas que fazem ponto na garagem do prédio e nãogostamquando eu tenho que entrare eles, tem de sair. E antes que alguém pense em suspirar e dizer "que legal, ela tem um poeta filho de famoso morando na rua dela", já digo que ele é um bêbado desdentado, maluco, que uma vez veio me encarar, mandando não colocar a mão para fora do carro. Berrando, para ser sincera, mas isso soa bem pouco glamouroso para esse hollyblog.
E aí que ele ontem passou por mim e começou a sorrir. Pensei logo que me tornaria alvo das frases suuuuuper lisonjeiras do moço e me apressei a acenar com a cabeça e a virar para o outro lado. Mas, como Murphy é meu amigo íntimo, ouvi:
- Essa daqui é gente boa! P*r*a, essa é gente boa!
Meio bairro pára para olhar a direção que aponta o dedo bêbado. Ele olha para mim com um sorriso que, estranho, tinha algo de infantil. Talvez fosse a banguelice, o olhar brilhante do álcool, mas aquilo parecia ser algo bom no universo dele. E me deixou passar. Entrei no prédio ouvindo as risadas do porteiro.
Abri a porta e minha mãe estava dando risadas. Tinha ouvido o Filho de maria Bethânia. Correu para a janela e viu a filha naquela situação surreal. E achou graça.
E fui apelidada no prédio. Agora eu entro no elevador e já vejo o olhar de reconhecimento. O casal de gays do oitavo andar vieram me cumprimentar, pois, segundo eles, o Filho de Maria Bethânia não gsota de qualquer um.
Eu sou especial.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 4/24/2005 07:18:00 PM
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