mais um adjetivo para volúvel ->
4.27.2005
Essa Falta Terrível que me (CO)Move
O título é um tanto banhado no teatro contemporâneo, mas sem nenhuma vontade, aqui, de ser contemporânea. Preciso ser presa a uns tempos, a uns recortes, umas colagens e imaginação. Há mais ou menos uma semana uma pessoa me mandou e-mail sobre o blog. Disse que achava interessante, mas que era muito fora da realidade. Ahn???? Era para falar do Lula? Da queda livre do dólar? Da patética tentativa da irmã da Dolly do Pará de vestir meia dúzia de americanos de sem-terra em washington, pedindo justiça? Do ex-bebê da Cicarelli? Olha, só e somente só me interessar. Não estou aqui por nenhum desejo estético, nunca divulguei o blog, meus leitores são pouquíssimos, raríssimos. Eu só escrevo o que ocorre neste mundinho besta de acredoce.
Não é bronca. É o esclarecimento de alguém que está tão perdida quanto o resto. Deus me livre de ter resposta aqui para alguma coisa.
Mas confesso que fiquei tentada a espalhar por meio mundo. Aquele desejo infantil de que escrevam na minha caiseta no final de ano uma mensagem bem bonita com algo como "você é melhor amiga do muuuuundo", mesmo que esta frasetenah sido escrita, letra por letra, em todas as outras camisetas. Vamos chorar pitangas? Eu quando crinça era tão excluída - MSA Movimento dos Sem-Amiguinhos - que guardei um bilhete da menina mais popular da turma - que jurava que teve febre de 53 graus e só era possível medi-la usando um termômetro para cachorro adquirido só no Paraguai - dizendo que eu era "super legal, super amiga, super super, porque dei um biscoito para ela". Aquilo era importante. Hoje é patético.
Devaneio...
A questão é a tal da chamada de atenção. Ser o centro, o Sol, Luís XIV. Poucas pessoas podem manter isso. É difícil. Catherine Deneuve já dizia que ser bela é difícil. Ser mediana, como eu, então... é quase suicídio. Eu sou uma quase suicídio ambulante. Estou ocupada demais, porém, para me preocupar com isso.
Anteontem eu descobri que o meu tema da monografia de verdade é algo bem novo. Fiquei me sentindo bem. Infladinha no ego necessária em tempos de escassez geral. Melhor nem comentarmuito sobre isso. Hoje eu fiei ouvindo Claire de Lune com harpa umas vinte vezes e minha mãe chegou certa de que no apartamento da frente estavam dando aulas de balé. Eu quase apaguei minha conta no orkut depois que vi que adicionam até quem odeiam para ficar com o número alto. Achei isso muito triste.
Estou trabalhando em duas idéias. Sem divulgar. É só que as notícias são caseiras demais para o blog. Meu manjericão morreu. Eu comprei uma escumadeira. Perdi meu CD dos Rolling Stones.
Tá vendo? Essa tentativa de falar o que não dá para dizer é chata. Eu também bocejei.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 4/27/2005 11:07:00 PM
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