mais um adjetivo para volúvel ->

 

3.23.2005

All I Need is Love

Então, façamos de conta que o mundo é uma noz com casca. Os humanos não são mais do que... a molécula da molécula dos decompositores. Dito isso...

Estou numa sinuca de bico. Minha chefe não tem idéia da minha saída. Estou me sentindo como uma pessoa má, mesquinha, mesmo não sendo. Tentando organizar e deixar bem à vista que - olha, estou colocando o projeto A aqui, o B aqui e já tirei duas cópias do C. Na verdade, eu estous aindo por motivos outros. Só que me recuso a falar que preciso de tempo para ajudar minha mãe a se reorganizar. Eu tenho dois trabalhos finais, também. E uma peça para dirigir. Duas para produzir. Uma para ensaiar. Então, tenho vários motivos, nenhum deles enchendo minha minguante conta bancária. Agora, se eu pudesse trabalhar em casa e vir aqui duas vezes por semana... Hm. Seria interessante. Dá uma vontade de propor isso, mesmo não tendo coragem por ser extremamente cara-de-pau. Sem fechar portas, queria me oferecer para voltar no ano que vem. Estou tendo crises de ~"vou virar desempregada no pior momento possível".

Sábado, eu e minha mãe fizemos compras. Nos cálculos utópicos, gastaríamos 500 reais com 4 pessoas. Gastamos 540 com duas. Tivemos, as duas, uma enorme crise de consciência e agora nos consideramos grandes gastadeiras e nem compramos baldes ou um esfregão. Parece um tanto exagerado, talvez, mas foi uma punição a que nos submetemos, para aprendermos que Corn Flakes da Kellog's é tão proibido quanto livros de herbalismo na Inquisição - herbalismo->paganismo->bruxaria->fogueira->the end.

A alegria do dia está no bilhetinha que encontrei na janela. Coisas de prédio. Uma menina deixou cair um papelzinho que ancontrou abrigo ali, pedindo para ser lido. De início, parecia um flerte inocente entre José e a menina-moradora-do-prédio. Mas ela é direta. Pergunta se ele quer ficar com ela. Ele responde - talvez não tenha gostado do jeito nada sutil da moça - que não entende pois pensava que ela amava João (nessa hora juro que pensei se tratar do poema de Drummond) mas logo depois vi que minha inocência me prega peças... José não só aceita o convite da moça mas como também descreve, de maneira bem gráfica e pornográfica, o que irá fazer com ela no banheiro da escola, dali a minutos, no recreio.

Eu guardei o bilhete, que talvez venha a xerocar e colar no elevador, como forma de dizer que tenho o bilhete perdido e que gostaria de entregá-lo à dona. Mas depois achei que seria maldade. Fico esperandoa oportunidade, então, de conhecer o José. Porque... nossa.

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 3/23/2005 03:58:00 PM |