mais um adjetivo para volúvel ->
2.16.2005
É a falta de intimidade aqui, neste frio e distante blog, que faz com que noites de insônia se tornem minimamente criativas, divertidas e muitas vezes, uma válvula de escape.
É aqui que os sonhos e desejos que escontram, como dois carros colidindo em alta velocidade numa encruzilhada qualquer.
Ali, do outro lado da janela, existe um mundo inteiro cheio de fragmentos que muitas vezes não prestam.
Aqui, onde deveria haver a proteção no escudo do amor familiar, existe um enorme vácuo que se torna cada dia mais incompreensível.
Minha amiga hoje me disse que pareço uma criança de cinco anos falando com Pierre. Eis mais uma resposta para os meus problemas. E mais alguns problemas para a minha resposta.
O trabalho vai bem, até.
A vida, nem tanto.
A gente espera que um dia isso passe, que aquilo vá embora e o sentimento vazio atual - amor vazio, carinho vazio, tesão vazio - um dia se encha com algo além do ar, mas acaba estourando a bola e perde tanto O2 quanto o universo com o qual se pode jogar vôlei.
Por muito menos, há uns anos atrás, eu já fui suicida. hoje, não mais. Hoje, na verdade, bate um cansaço enorme e uma vontade imensa de... não sei. Deixei para trás o que antes me reconfortava. Numa dieta de comida e pensamento, só há um muro azul e um copo de água.
Mas não sintam pena. Cada um carrega a sua cruz. A compreensão deve ser a única coisa presente nos pares de olhos correndo as letras e linhas, mesmo sem fazer sentido, é o único sentido que há. Lutar contra a realidade requer misturas de elementos químicos que não me atrevo mais a experimentar e preço que seus olhos também dêem as costas.
Nem uma resposta. Nem ínfima. Nem negativa. Acho que é pior ser ignorada do que jamais ter sido digna de resposta. E isso é que dói. De todas as colisões em todas as encruzilhadas, terminei aqui, em mais uma madrugada, mais um momento entre dois momentos vazios. É complicado.
Um caminhão do que pareciam ser bóias-frias fez coro ao me chamar de gostosa, hoje, no sinal, na Lagoa.
E para quem quiser saber, eu expulsei a Contratada do meu computador hoje. Cansei de ser legal. Ela que vá se foder, mas eu sou mais antiga e nunca apaguei arquivos que não me pertenciam.
Se quiser me ignorar, que eu pelo menos tenha dado uma boa razão.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 2/16/2005 11:06:00 PM
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