mais um adjetivo para volúvel ->
12.21.2004
Minha Vida em Pé no Ônibus
Resolvi deixar o carro em casa e virei parte do povo ao me aventurar pelo maravilhoso universo paralelo dos transportes públicos.
Então, contente e feliz por saber que o ônibus que passa quase perto daqui de casa, com ar-condicionado, eu entrei no coletivo e procurei o lugarzinho quieto e tranqüilo de que precisava para continuar minha leitura - que já anda, há muito, defasada. Já instalada, vi as pessoas entrando, os sempre-presentes velhinhos que se amontoam na frente do ônibus. E acabei de me levantando, cedendo o lugar a uma pobre senhora que tentava se manter de pé. E foi quando o ônibus parou. Mais um senhor, com uma sacola plástica na mão.
Mas essa sacola não era a mesma dos outros. Essa era... especial. Num ônibus fechado, coma r-condicionado, eis que o senhor entra no ônibus com um saco de peixe, desses com um cheiro capaz de matar. No mesmo instante eu me vi no meu carro, calma, tranqüila, pensando na vida e não em pé, com uma bolsa pesada, um cheiro de peixe me embrulhando o estômago e a raiva de ver todas aquelas mocinhas mal-educadas sentadas nos bancos preferenciais do idosos, falando no celular, enquanto os idosos ficavam de pé.
No auge da minha indignação, na ponte congestionada, acabei fazendo um discurso sobre a falta de educação dos presentes passageiros. Lá temos uma menina com problemas físicos e mentias e sua mãe, em pé e vários jovenzinhos sentadinhos, confortavelmente.
Saltei um ponto antes, logo que terminei meu inflamado discurso.
Com medo de ser linchada, caso permanecesse ali.
Os velhinhos continuarram de pé e ue vi que não sirvo mesmo para qualquer coisa em conjunto, coletiva, social. Sou chata por natureza.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 12/21/2004 04:07:00 PM
|
