mais um adjetivo para volúvel ->
10.31.2004
Girly Day
Quem votou, meus pêsames. Porque eu não achei um candidato em que pudesse confiar meu direito. Mentira. Eu achei o Castro Alves, 92, cuja campanha fantasmagórica defendi nesse ano. Ainda planejo reviver o Cacareco, até o fim do ano. Aguardem...
Hoje passei a tarde ensaiando e batendo papo. Excluindo a maconha que rolou solta, foi interessante também sentar e bater papo.Feedback de uma mulher que é a Samantha, de Sex and the City - sim, ela mesma, a tarada.
- Poxa, - dizia eu, de forma inocente - eu bem que dava uns pegas no Charles (de uma conhecida cia. de teatro e meu conhecido).
Ela me olha:
- Eu pego qualquer um. Quer dizer, é só ter uma questão de pele. O que te atrai nele?
Eu lembro da noite em que nos vimos e conversamos um pouco, num leve flerte, viro um pouco a cabeça, pensativa.
- O nariz.
Ela deu uma risada maldosa. Eu nem vou postar a resposta. Foi... de fazer corar, para dizer o mínimo. Eu pensei que deveria ter dito o tórax, ou até mesmo o talento, mas na minha pureza, faleia verdade. E arquei com as conseqüências. Daí conversamos sobre mil e duzentas coisinhas. Depois saímos para comer um cachorro quente, passamos por uma procissão de São Judas Tadeu - padroeiro das causas impossíveis.
- Aí, acredoce, faz seu pedido logo! Vai lá, é uma mensagem dos céus (um dos assuntos foi uma das minhas causas mais-que-impossíveis).
Concentrei minha energia, fechei os olhos... e achei aquilo tudo uma palhaçada. Nunca tinha feito nenhum pedido para santo nenhum, embora tenha nascido sob a proteção de Nossa Senhora da Conceição. De qualquer forma, pedi. Mas a crença não estava lá. Minha causa precisa de uma solução. Que precisa mais do que a minha fé. Quando alguma coisa envolve o universo de outro ser humano, não basta um só querer.
E no que sentamos para saborear o podrão (de lingüiça e com queijo cheddar, olha que chique!) presenciamos uma batida de carro e a volta da procissão que deixa para trás um casal brigando, apartada pelos policiais que faziam a escolta do movimento religioso.
Ainda conversamos mais um pouco. Interessante conhecer uma Samantha da vida - sem conotação pejorativa - assim, sem o verniz da Nova York da HBO ou mesmo das roupas Versace. Ouvir algumas coisas que ninguém mais diz com tanta clareza e despojada de uma maldade que só as pessoas puras e idealizadoras *levanta o braço* têm nos pensamento, nas palavras e nas ações.
Pensei no meio termo, entre a donzela e Samantha. Entre mim (quase...) e minha colega. Onde a pele convivesse com o ventrículo esquerdo e o direito. Nas igualdades de desejos e nos sofrimentos, pois que diria que Samanthas também sofrem. E na felicidade. O poder de falar palavras que só saem na twilight zone sem pensar nelas como dignas da pós meia-noite.
Enfim, deve ser bom, esse equilíbrio.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/31/2004 11:10:00 PM
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