Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

11.16.2004

Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembrança

Estranhamente, eu sempre me lembro do título como "Brilho Eterno de Uma Mente sem Memórias", talvez uma dessas lacunas de que o filme trata. Não, não estou revelando nada. Até porque é impossível revelar um filme que trata da lembrança, da memória, esse tópico tão sutil que cisma em suscitar suspiros e revirar dos olhos. Pois não há música que deixe de nos trazer aquele momento em particular. Oumesmo estar perante algo totalmente novo e se ver transportado para um outro local, onde estradas correm para caminhos mais desejados e desejáveis.

Poderia, então, Charlie Kauffman, esse brilhante roteirista - de filmes como Quero Ser john Malkovich e Adaptação - estar simplesmente falando do desejo e da necessidade? Talvez, mas isso é pura especulação de quem vos escreve. A necessidade que temos de guardar em nós um momento, um rosto, um cheiro que nos evoque a felicidade quando o inverno é longo e tenebroso. Os signos que são empilhados com todo o cuidado no subconsciente para serem desembrulhados quando tomamos um cano daquele rapaz - ou daquela moça - depois da manicure, pedicure e lingerie nova. Tanto faz. O importante, mesmo é colocar as células neurais para uma bela viagem entre suas memórias e as de Jim, Kate, Charlie, da sua amiga, do seu irmão, e até mesmo das suas.

A história pode ser complicada ou simples, tudo depende do ponto de vista.

A versão simples:
Uma empresa se encarrega de apagar as memórias de uma pessoa da sua mente. Após descobrir que sua namorada se submeteu ao tratamento para esquecê-lo, Joel Barrish resolve também apagá-la de seus pensamentos. Mas acaba se arrependendo e começa a luta para quem não apaguem seu amor de suas memórias.

A versão complicada:
Em uma estrutura não-linear de construção, o filme fala da construção de manutenção de memórias no cérebro e o embate entre o biológico e o emocional. Acabamos percebendo que a memória sempre se mantém, ou que o destino se encarrega de trazê-la à tona, por mais que se tente esquecer.

O que importa, realmente, é notar as interpretações de Jim Carrey e Kate Winslet. Ele, que quando quer consegue nos deleitar com boas performances, desta vez virou objeto de minha afeição, pela sua maravilhosa construção de Joel Barrish, um sujeito que se destaca por ser o exato oposto do que vemos Carrey fazer nas telas. Ela, que se perdera durante os últimos anos em filmes e personagens que não revelma nem a metade de seu talento, volta mais uma vez a mostrar porque Leonardo di Caprio morre no fim de Titanic (piadinha grosseira: porque o mundo precisa mais de talentos do que de rostinhos bonitos).

Então, as luzes se acendem e tanto a escritora quanto o leitor/leitora, se encaminham para o carro/ponto de ônibus/táxi/barca/moto. No rosto, um sorriso enigmático. Na cabeça, um velho rolo de slides, lembrando do abraço na festa, do boneco do falcon na manhã de natal, da barbie vestida de noiva, do sorvete de manga que caiu da casquinha antes da primeira lambida... Cada um e todos se perdem nesse pequeno universo de memórias, de gostos e disgostos. lembrando-se de que a vida é isso: Nada além do que se lembra. Nada além do que foi.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 11/16/2004 02:19:00 PM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

Site Meter