mais um adjetivo para volúvel ->
10.22.2004
Pedindo Esmola
A vida é sempre uma coisa complicada, cheia de caminhos que não levam a lugar nenhum e lugares que não aparentar ser nada demais, acabam nos mostrando o que é felicidade. Ultimamente, a tentativa dessa pobre coitada estudante eterna, é de escrever os pensamentos na medida em que eles aparecem por aqui, nessa cabeça estranhíssima.
A semana está estranha. O meu cachorro, que me acompanha há quatorze anos (quase quinze), está morrendo. É provável que alguns leitores já tenham ouvido falar sobre o caso, mas, para os que ainda não sabem, ele é um dos maiores amores de minha vida, um pastor alemão de fidelidade e docilidade incalculáveis. A saúde estava bem, indo, caminhando, cheio de problemas - desses que acompanham a velhice - mas abanava o rabo e sempre aparecia para o "bom dia" e "boa noite", alegrando com sua dócil presença. Agora, resolveu deitar-se à porta. Já não consegue mais andar, já não quer mais comer ou beber água. Meu irmão e minha mãe construíram uma pequena barraca para abrigá-lo do frio - já que ele não deseja sair dali - e a tristeza sempre bate. Agora há pouco, quando cheguei, ele nem levantou a cabeça.
As pessoas têm o costume, ao fim do ano, de apontar e criar temas para os 365 dias passados. Ainda estamos no fim de outubro. O começo de ano já me tirou meu queridíssimo tio e agora, já na reta final de 2004, eu sinto que tenho que me despedir de Krug. Seria muito fácil berrar e chorar: "Que injustiça!", mas o que eu quero, mesmo, é deitar no colo de alguém e deixar o tempo passar, amparada e sem a necessidade de ser forte. Queria chorar.
É horrível ter de ser forte o tempo todo.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/22/2004 11:30:00 PM
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