Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

10.26.2004

Ok...

Então eu saio de casa, passo na clínica. Somos só eu e a moça da recepção, que cisma em atender o telefone com, uma voz muito anasalada, pensando que isso é o que se espera dela. Krug estava dormindo.

Com isso, cheguei atrasada na faculdade, meu professor já estava no meio de sua conversa. Eu tentei bravamente participar, mas a cabeça estava em outra. Na discussão matinal com meu irmão a respeito da internação do cachorro, que - agora - ele diz ser decisão dele-dele-dele e de mais ninguém. Mesmo que o outro alguém tenha sido a babaca que tomou todas as providências em primeiro lugar.

Terminei a aula pensando um milhão e duas bobagens, de todos os tipos e para todos os gostos. VOltei direto para a clínica, já preocupada com o cachorro. Cheguei lá, eis que a recepcionista me olha com cara de: "Você? De novo???" e me passou para o rapaz simpaticíssimo que cuida dos cachorros. Ele diz que eu vou gostar da surpresa, embora ele não tenha ainda terminado. E lá está, senhoras e senhores, meu lindo cachorro, de banho tomado! Logicamente, meio de mau humor, já que passou duas horas e meia lá numa pia imensa e sendo esfregado quando poderia muito bem estar dormindo. Tentou me culpar e se recusou a olhar para mim. Mas eu já estava tão feliz em vê-lo demonstrando alguma coisa - mesmo que seja raiva - que fiquei lá acariciando seu lindo pêlo.

- Posso te pedir uma coisa? - pergunta o rapaz, olhando para mim com um sorriso enigmático.

- Pode...

- Você pode colocar os óculos escuros?

Eu olhei para meus óculos escuros presos na gola do vestido. Olhei para ele. Ele sorria. Fiquei pensando que de repente era gay e estava interessado em um igual. Troquei os óculos que estava. Na hora de destrocar, ele diz:

- Não... você pode ficar sem óculos, só um instante?

Bom... ele, então, não deveria ser gay. Ou eu estava com alguma coisa no olho. Achando aquilo tudo estranho, mas feliz com a oportunidade - rara!!!!!! - de flertar com um garoto lindo. Só que o momento de felicidade dura pouco, pois sou assolada pelo pensamento de estar imaginando tudo aquilo (quem sabe ele não está sendo simpático e eu fico tirando conclusões?) e desesperada por pensar que eu não sei flertar! Isso sem contar na culpa, de estar ao lado do meu cachorro, que deveria ser o centro das minhas atenções.

Krug agora já está se alimentando sozinho, pude ver quando ele, para me alegrar, trouxeuma lata de carne e me deixou dar umas colheradas para o cachorro, que abanava o rabo e levantava as orelhas. Esqueceu a mágoa num instante.

Daí o rapaz me chama de Julia Roberts. Diz que sou muito branquinha, mas que, engraçado, eu não fico vermelha quando fico sem-graça. Elogiou meus olhos. E eu pensando que aquilo tudo era muito surreal e ao mesmo tempo, tentando imaginar uma tirada inteligente, despojada e 'flertativa'. Sou filha de Deus. Mas... nada. Só fiz olhar apra o cachorro, elogiá-lo e ficar muito sem-jeito, com um medo enorme de tropeçar, cair, ou cometer qualquer outra gafe.

O futuro fisioterapeuta e com curso de shiatsu me levou até a porta, sorrindo. Queria que eu prometesse que iria tentar dormir essa noite, que eu descansasse e fosse lá amanhã, para contar meus sonhos.

Acabei indo embora sem olhar para trás, pensando que deveria ter dito algo do tipo:

- Poxa, depois de todo esse cuidado não sei como poderia retribuir...

Não sei como consigo sobreviver no mundo sozinha. Deus, que lerdeza de espírito.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/26/2004 03:01:00 PM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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