Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

10.30.2004

Neurologia cerebral da cabeça

Então, depois de um longo dia e o milagre da ponte rio-niterói sem engarrafamentos antes de um feriadão, eu posso chegar em casa, fazer um cachorro quente capenga, pensar nas possíveis causas pelas quais meu pai nunca compra pão quando eu faço cachorro quente. Sento, checo umas matérias, continuo minha pesquisa inciciada pela conversa com uma professora fisioterapeuta sobre o nervo ciático - não perguntem, a história é longa - e abro o último saco de batata palha. Mesmo sabendo que vou dormir passando mal, a oportunidade é muito boa para não ser aproveitada.

Começo a pensar no meu dia.

Acabo pulando para a parte interessante, pois os outros fatos são pensamentos, chateações e coisinhas que não fazem a mínima falta num blog tão cheio de palavrões e tristezas.

Saí da aula mais cedo e esticamos em uma livraria apra pesquisar sobre o trabalho da matéria eletiva. Eu peguei carona com uma colega, enquanto as outras duas meninas foram com outro carro. O cenário é a belíssima Lagoa, numa noite de lua cheia e festas de Halloween aqui e ali. A colega olha para mim:

- Você tem um caso com Pierre, não é?

- Não.

- Não mente, diz ela. Ela pega o meu braço e me faz parar. - Pode dizer.

- Estou dizendo: não.

Ela fica me olhando, volta a andar. Eu também. Ela pára. Eu também.

- Eu me lembro do dia em que ele veio para mim e disse que "ia com a acredoce". Poxa, eu na hora achei estranho, até porque eu sou vizinha dele. Mesmo que você passasse por lá... E a parada era séria, discreta. Era! Você teve um caso com ele.

O desespero me sobe pela garganta. Ao mesmo tempo, eu sei que ela não vai falar nada. Bom, nem eu. Mas também não posso mentir, porque ela ou já sabe ou vai ficar sabendo de algo. A única solução possível naqueles milésimos de segundo ali na Lagoa foi ser ambígüa. E foda-se.

- Isso por que eu dava carona?

- Não. Porque ele te olha estranho. Mas você é tão linda, tão meiga, que não pensei que ficaria muito tempo com um cara daqueles, com uma cara de quem pega mal. Até reconheço que tem appeal...

Estamos quase chegando no carro. Se eu pudesse spo ficar cantarolando mentalmente uma canção e não ouvir uma palavra dessas, meu Deus, eu seria uma mulher mais em paz.

- Mas você era a fim dele.

- Parei no dia em que vi ele te olhar. E dizer que ia com você. Tentei mais umas vezes, mas ele sempre negava. E a mentira sua de que ia pegar teu irmão na faculdade era muito deslavada.

Chegamos no carro. Ela abre a porta. Eu entro. Ela entra. Agora, naquele pequeno espaço vazio, controlado por ela, eu tinha a impressão de que acabara de fechar a única saída de ar do mundo; iria sufocar.

- Aquela namoradinha dele... Paty, né? Ah, sei lá, ela tem uma cara tão idiotinha. E das vezes que ouvi ele falando no telefone com ela, era tão submisso. Aí eu achava que o caso era sério mesmo com você. Ele... te respeitava.

Ela sai com o carro. Eu olho para a lagoa, para a lua. Eu tento cantar. Nada. A colega continua.

- Ainda assim, eu acho que você é uma mulher que precisa de um homem, não alguém que senta no sofá e espera até gozar. Ele também sabe disso. O cara te acha diferente de todas as outras. Tem um medo fodido de você. Mas você tem que ficar com ele, ir pra cama, se não foi. Resolve essa porra logo. Vou pensar num plano.

(...)

A moral da história? Nunca pegue carona.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/30/2004 12:25:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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