Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

10.25.2004

Hora após hora

Essa vontade de fazer alguma coisa, qualquer coisa, está me corroendo por dentro. Terrível, pois parece que há tanto à minha volta que precisa de atenção, tantas coisinhas e no entanto nenhuma delas me interessa. Queria algo que fosse único, diferente, interessante, chocante, mas que, ao mesmo tempo, não exigisse muito de minha coragem – eis que tenho minha covardia que aflora a mais e mais a cada segundo que passa – e que fosse memorável.

Primeiro, resolvi organizar meus DVD’s. Coisa de alguns minutos tirando a poeirinha das caixas. Depois, resolvi assistir os DVD’s ainda lacrados, só para ter certeza de que estão funcionando. Vi o tal do featurette de ‘Bridget Jones’ e deixei ‘Desencanto’ na tela enquanto observava os minúsculos pêlos nascendo na batata da perna e contemplava a depilação em casa. Desisti para logo depois escrever umas coisas estranhas. Resisti responder a e-mails, já que não estou com cabeça. Olhei para o potinho de água oxigenada 30 volumes e quase virei loura, louríssima. Quase passei a gilete em um pedaço da sobrancelha para ver como ficaria. Tirei o DVD de ‘Desencanto’. Tirei o DVD de ‘Contato’ do plástico protetor. Coloquei ‘Contato’. Assustei-me com os barulhos iniciais do filme e por um segundo pensei na lenda urbana da televisão que é possuída pelo demônio. Reassumi o controle e diminuí o som da televisão. Escrevi um pouco mais e não salvei nada. Arrependi-me amargamente de não ter salvo nada. Chequei o telefone, para ver se a linha está funcionando. Está. Perfeitamente. O sinal é contínuo. Fiquei com o fone no ouvido até o ouvir o *click* e o som de ocupado.

Olhei para o meu quarto, precisando de uma faxina. Olhei para o Paco, precisando de um banho. Coloquei o lixo para fora. Comi um pedaço de uma cocada que o Seu João trouxe da feira de São Critóvão na semana passada. Detestei a adorei o gosto de cocada velha. Fiquei olhando para a televisão e tentando, com toda as minhas forças, prestar atenção no filme. Lembrei do livro e comecei a chorar. Fiquei sentada, sozinha, chorando e olhando para as minhas mãos. Paco se levantou, veio a te mim, sentou-se e ficou olhando nos meus olhos, com uma cara de pena e tentando pensar em algo que melhorasse meu humor. Viu seu brinquedo de plástico e o trouxe, abanando o rabo. Eu tentei ficar calma. Fui ao banheiro, lavei o rosto, tentando fazer com que as lágrimas parassem de cair, de uma vez por todas, me sentido ridícula e patética. Não consegui e desisti depois da quinta tentativa (ou talvez tenha sido a sexta, realmente eu não sei). Sentei no computador. Tentei pensar em algo para fazer, para pesquisar. Vi a hora. Tinha que começar a fazer o almoço. Não queria. Pensei em comer um ovo frito, mas logo a imagem passou a um ovo cru e a um ovo podre.

Respirei fundo.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 10/25/2004 11:08:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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