mais um adjetivo para volúvel ->
9.11.2004
Sinais
Existem aquelas pessoas iô-iô. Batem, vão até o chão, desaparecem e, voilà, voltam, reaparecem, re-atormentam. As que te olham nos olhos e vêem além da capa e da máscara o que até mesmo o fundo da alma tem a esconder. Sara Deever.
"Sempre há mulheres como Sara Deever em nossas vidas. Elas chegam, vêem as qualidades, os defeitos, lá no fundo da alma."
A mulher de 'Doce Novembro'. Não, por favor, não atirem pedras ou suas latinhas de coca-cola. Já assumi minha breguice, na sua gloriosa nudez, falando de Carpenters e afins. O fato é que o Sara Deever da minha vida quer que eu o queira. Estranha a frase, não? Verídica, porém. A pessoa, o indivíduo, o vivente, olha, fala, suspira, ri, sorri, joga um charme, passa a mão pelos cabelos, diz uma, duas, três frases, fala de tanta coisa, de um universo tão paralelo... Droga, está vendo? A pseudo-escritora acredoce se derrete um pouquinho, mesmo tendo como álibi quatro doses de tequila e duas de vodka, além de um cigarro.
No dia seguinte, Sara Deever voltou a seus afazeres. Engatinhou até a cama de casal e tentou não acordar a esposa. acredoce também engatinhou até a cama, só que esta de solteiro e sem ninguém para não-acordar. Sem nem bater as pestanas, é verdade. Ou suspirar, também é fato. acredoce, na verdade, só estava bêbada. E no dia seguinte - para provar que tudo não passara de um algo-à-toa - acredoce nem teve ressaca.
Eu simplesmente me levantei, lavei o rosto, olhei para um lado, para o outro e continuei com a vida. Sara me liga, me escreve, a gente se fala. No final das contas, ele sobe para sua nuvem e de lá manda beijos. Eu respondo, já meio sem-graça e descrente da poesia que hoje me parece tão vazia.
Eu já amei Sara. Ele me disse que eu não sabia o que era o amor. Eu já chorei por Sara. E ele se casou. Sara já mentiu pra mim. Com ele, com Sara, eu dividi minha primeira garrafa de coca-cola com baba e sem nojo, cheia de risinhos ainda nervosos. Já hoje partimos direto para o álcool.
Ah, Sara... você mudou minha vida, na sua época. Hoje em dia, sua memória me traz mais amor do que sua presença. Talvez seja o tempo. Talvez o costume. Eu não gostaria que você fosse embora antes que pudéssemos ter certeza.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 9/11/2004 09:57:00 PM
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