Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

9.18.2004

Ainda...



E os elogios continuam... Hoje umas quatro pessoas - que nunca vi antes - vieram me dar os parabéns, que eu estava maravilhosa etc e tal. Ainda é meio estranho. Na minha paranóia, tento encotnrar as razões para tantos elogios. Nossa.

Depois da aula, fui para o bar. Fiquei sem beber e vendo os outros virando copo atrás de copo. Mais dois elogios. De lá para cá mudei até os meus óculos, já que os pretinhos marcam bem o rosto e eu saí nas fotos, realmente, com aquela 'coisa' dominando a minha cara. Eu fiquei pensando que as pessoas me vêem assim. Tirando o barrigão inexistente, um mistério que até minha mãe apontou: "como assim? você nunca teve barriga! o que é isso?!" Eu procurei acreditar que a foto pode engordar e tal, mas aquilo chega a ser ridículo.

Enfim, quando já estava de saída, cansada, uma outra pessoa veio falar comigo: "nossa, minha turma passou hoje a aula inteira falando sobre a sua cena! Muito boa! Muuito boa! A gente falava que 'aquela menina de óculos' tava arrasando!" - note bem o uso do "a menina de óculos", é a minha forma de reconhecimento. Novamente, agradeci. É meio estranho, até por causa daquelas fotos monstruosas, achar que as coisas foram tão bem assim.

Quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Aí eu peguei o carro e voltei para casa. Comecei a conversar com a minha mãe, animadíssima com a chegada da máquina de tortinhas fun kitchen e fazendo lá aquelas deliciosas bombas calóricas. Eu dizia que, depois das fotos, do "menina de óculos", estou me sentindo obesa, além de quatro-olhos. Ela riu, dizendo que eu sou paranóica. Concordei, já um pouco mais triste, adicionando que eu sou sempre "a inatingível". Ela parou com a espátula de silicona fun kitchen no ar: "mas você sabe que se coloca assim." Eu concordei. Comi o primeiro pedaço da minha tortinha. "Mãe, eu não sou pegável." A resposta veio rápida: "E você quer ser?"

Eu fiquei olhando para a tortinha. "Ah, sabe como é, eu adoraria ser desejada explicitamente..."

"Minha filha, existem mulheres para casar e mulheres para namorar. Os homens negam, mas não mudou, não. E você só topa com os que querem ficar aí, 'pegando' todo mundo e achando que isso é vida. Só que, um olhar para você e eles vêem que não é assim com você. Que não há possibilidade de te levar para um motel e nem se dar ao trabalho de te deixar em casa no dia seguinte." Ela ficou me olhando por um tempo "Eu sei que você não é bobinha e imbecil, mas conserva uma ingenuidade inexistente para boa parte da população feminina."

Disso eu passei logo para a próxima informação: a de que Pierre está se mudando. Vai morar com a namorada. Ouvir isso vendo a dita cuja sentada com as pernas cruzadas na altura do joelho (estilo indiozinho) de havaianas amarelo-sujo e com uma barriga que - ao contrário da minha - encobre os primeiros dois centímetros de calça, foi um golpe certeiro. Eu comecei a chorar. Larguei a tortinha. Minha mãe me olhou e depois de um tempo eu ouvi uma fungada. Ela também estava chorando. Entre nós, várias tortinhas. "Ô, minha filha, você sabe que não seria feliz com ele."

"Mas se eu sou para casar, porque ele vai morar com ela?"

"Você faz sombra aos homens. Eles têm medo de você."

Daí, eu volto para a Macha. A importância de ter sido Macha por cinco minutos. A beleza de ser, mesmo que or um tempo mínimo, o que a vida não ofereceu em mais de duas décadas.

Cavalgada
(Roberto e Erasmo)

Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida
Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou me perder de madrugada
Pra te encontrar no meu abraço
Depois de toda cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço
Sem me importar se neste instante
Sou dominado ou se domino
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino
Estrelas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer
E na grandeza deste instante
O amor cavalga sem saber
E na beleza desta hora
O sol espera pra nascer.


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 9/18/2004 01:21:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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