Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

8.31.2004

Semi-Nudez Geral

Caindo em total desgraça, eu simplesmente desço do pedestal e digo que, sim, não posso mais continuar assim. Sobem na garganta umas rimas loucas num mundo em que nada mais parece fazer sentido, que se defazem no ar e parecem vir quando as duas mãos estão atadas e os pés cansados em movimento de marcha, seguindo em frente-frente-frente. Sem olhar para os lados e ignorando o som e o tremor que parecem vir de mim - mas que na verdade são as barras invisíveis e quase sempre inaudíveis da prisão psicológica - sigo para ver que o mundo mudou muito.

O banco já não está mais lá, deu lugar a algo mais elitista e o banco elitista ao seu lado está com placas de Aluga-se ou Vende-se. As pessoas já passaram a aceitar pedintes e ambulantes por entre suas jóias e Armanis de luxo. Uma pessoa canta uma música de uma casinha branca com uma cerquinha onde ela possa viver. Um inferno geral com um som sonhador de um degarrado qualquer. Eu sigo de volta, passos largos, vestida para a guerra (tanto a consciente quanto a inconsciente) pensando em mil coisas que poderia estar dizendo mas que acabam voando por entre uma filipeta de algum médium (exceléntium, pelo visto, já que traz a pessoa amada em três dias e aceita todos os cartões de crédito) e a promoção de um novo salão de beleza (mão+pé=R$ 10. Simples assim).

Chego, sento e começo minha leitura. No universo da calmaria aparente em que todos sonham com a vida fora da cidade em que vivem mas nunca chegama sair de lá. Olho em volta. O mesmo lugar de quatro anos atrás e que tem tantas lembranças. Lembrod e ajeitar os cabelos, os óculos, a calça, a camisa. As botas surradas têm sua personalidade. Sim, sim. Volto a leitura. Uma mulher casada com um homem que a ama ama um outro homem que também é casado e com três filhas. Um casal que se ama, mas cria um abismo quando percebem que têm umf ilho doente. A conhecida "cabeça de porco". Olho em vota de novo, um pouco nervosa, dou um 'oi', dois, três e volto para a leitura. Uma delas desabafa quando vê que o seu amado vai embora, ficar coma família. Mas ele se vai. A mente não pára quieta e rapidamente conjuga e inventa paralelos. Fecho o livro. Ler definitivamente não é sempre um prazer. A não ser para o masoquista, nesse caso específico.

Aliás, ler tem se tornado difícil. Um romance perde o crédito porque não o vivo; um policial perde o suspense porque já vislumbro o final; uma novela simplesmente não me prende a atenção; uma peça é sempre mais legal quando é lida em grupo.

Trabalhar, também, está difícil. Não entro mais nos pormenores - até porque já enchi a paciência de alguns e agora me desculpo 'publicamente' - e só digo que o estresse toma conta. A sensação de vazio é a pior parte.

Ajudar, então, um sacrifício. Minha mente não funciona nem mais para mim. Não tenho condições físicas, biológicas, químicas, portuguesas, literárias, matemáticas de opiniar, de levantar um dedo. Egoísmo? Ah, sim, mas só pode ajudar quem pode. Eu pelo menos não finjo.

Então, dito isto, termino com o diálogo surreal da semana. Meu irmão e seu chefe:

- Poxa, DuplaIdentidade (meu irmão), eu queria comprar um barco...
- Maneiro... Um veleiro bem legal para ir para Búzio, para--
- Não, DuplaIdentidade, eu queria comprar um cargueiro daqueles velhos.
- Um cargueiro??? Pra quê????
- Ah, eu ia com ele até a Polinésia Francesa, parava por lá e entrava com a papelada na ONU para fundar meu próprio país. Desenhava a bandeira e tudo mais...

Seria esse um possível upgrade para o movimento "Eu Quero uma Casa no Campo"?


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 8/31/2004 12:19:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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