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8.28.2004

Em Pleno Sábado

Uma pena enorme e o silêncio. Voluntário ou involuntário, ele está aqui.

Paris está lá e eu já não sei se queria tanto estar junto, mas sim ter passado o dia sendo paparicada, adorada, beijada, abraçada. Faz falta essa presença que nunca deu as caras por aqui. A chuva continua a chover, as plantinhas no jardim agradecem e o cachorro está aqui, deitado e largado no mundo, vindo, de tempos em tempos, pousar sua cabeça embaixo da minha mão, procurando um afago. Ainda assim, tudo parece sem sentido ou propósito e os acontecimentos querem me afogar, eu, que sem ter um ombro por perto, fico aqui, olhando para o nada e imaginando tudo. Já nem tenho mais porque ficar falando, mas a vontade de fazer algo que não seja ficar quieta, olhando para o teto, me vence. Chatice, isso. Ficar parada, esperando, pensando e não poder me levantar e correr na praia.

Ai, uma vida mais tranqüila, mais amada, mais amante, por favor. Já deixei de lado o extraordinário para querer um dia-a-dia assim, menos chuvoso. Um pouco de sol e calor não faz mal a ninguém. Calor humano, de preferência, sem raios ultra-violeta. Pode queimar um pouco, mas não me transforme em carvão.

Estou dolorida, por dentro e por fora.

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 8/28/2004 11:08:00 PM |