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6.16.2004

Quem tem Medo do Lobo Mau?


, sim, ela sempre achava que o caminho era cheio de pedrinhas, pedregulhos e lobos, buscando seus respectivos chapeuzinhos. Levava na mão um facão de cortar mato, na outra uma cestinha de guloseimas e no pescoço um fio de ouro com um pingente de olho, para afastar o olhar comprido e gordo dos que achavam que sua vida era feita de brilhos, fadas e "viveram felizes para sempre".


Há uns dias eu falei de um certo encontro no elevador seguido por um beijo, mas fiz questão de deixar de fora o que aconteceu depois do mesmo. Pois bem, eis que chega a hora:

Elevador parado. Ele chega. Mais perto, mais perto, closer... Achando tudo muito fácil, divertido e sexy, ele. Deu-me um beijo. (Uma amiga depois de perguntou se minha reação ao profundo e molhado ósculo foi realmente involuntária ou se houve algum planejamento para o ato que se seguiu. "Não... nem houve tempo para pensar.")

Dei-lhe um tapa. Enfiei-lhe a mão na cara. Com força e com certo gosto, devo confessar. Um tabefe. Bati com o cotovelo no espelho, estou com um pequeno hematoma, mas valeu. Ele olhou para mim, surpreso, afinal eu nunca fui de negar. Bem-feito para ele, que pensava que me conhecia tão bem e mais bem feito para mim, que através desse pequeno gesto de auto-estima, consegui provar que "eu posso".


Depois disso, o lobo mau virou cordeiro. Ou, pelo menos, vestiu a manta de um e agora abaixa a cabeça e me persegue pelos quatro cantos. A menina continua com o cordão, o pingente, a cesta e o facão. Os outros continuam a espreitar. Ela cantrola e ri por dentro.

Bem-feito
Bem feito
Bem-feito
Bem feito

(...)

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
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