mais um adjetivo para volúvel ->
6.06.2004
Ground control do Major Tom
Zeca
Ground control to Major Tom...
DIA 1 - Bunda no assento e parada para o almoço em uma Galeteria na beira da estrada, onde duas pessoas comem e bebem (muito!) por menos de R$20. Boa comida, diga-se de passagem. Brincadeiras envolvendo freios, postos de fiscalização eletrônica e esporros vindos do banco do carona.
2 horas e meia depois - Pousada a 30 metros da praia de Geribá. É... mas onde? Rodei Geribá. Sem conhecer nada, sentindo-me a criatura mais por fora da realidade. Uma carioca que nunca foi a Búzios.
40 minutos depois - Pousada causa alergia na companheira de viagem. Vômitos. Mas "Vamos ficar aqui mesmo", diz a esverdeada cia.
O resto do dia foi passado atrás do volante, procurando outra pousada, achando a rua das pedras, passeando - na contra mão, diga-se de passagem - na Orla Bardot, culminando com uma pizza - ruim, também só para constar - que custou R$ 50.
A janela não fecha. Apenas uma cortina semi-transparente me separa do corredor. Qualquer um poderia me ver dormindo. Passei a noite com aimpressão de que acordaria vendo algum maníaco se masturbando me olhando, um Norman Bates. Talvez o dono da pousada, um estranho belga que fuma charutos e ouve música brasileira dançando sozinho na sala.
DIA 2 - Corrida na praia de Geribá. Calma, paz, me tornando um com o universo. Um cachorro louco passa a me seguir correndo. Apesar dos meus esforços, o cachorro não me abandona. Sento na areia para meditar. Sou lambida pelo cachorro louco, abraçada. Luto. Um surfista sai da água e assobia. Cachorro louco vai embora. Eu também.
Café da manhã. Descobrir que somos as únicas na pousada. Sensação esstranha de estar no lugar errado. Mais vômitos seguidos de um "Ai, acredoce, você se importa de carregar as malas para o carro?". Fechar a conta. A dona da pousada - 'sócia' do belga - não parece muito contente. Afinal de contas, abriu a pousada só para nós.
30 minutos depois - Fomos para uma pousada de surfistas. Minha primeira escolha (mas ninguém me ouve...). Boa, bonita e barata. Muitos cachorros. Saudades do meu poodle. Carregar malas novamente para outro quarto. Só que divido, agora, o quarto com minha cia. É...
Depois do almoço - Cia. finalmente me revela que sua intenção é olhar casas em Búzios. Durante todos os dias. Incluindo o dia em questão. Passei a tarde com um corretor petropolitano que sabia menos do que eu sobre Búzios. Além de me achar uma motorista incompetente e cismar de segurar o freio de mão, além de gostar de passar a marcha do meu carro. Uma delícia. Hm.
À noite - Mau humor. Supermercado. Rua das Pedras. Crepes no Chez Michou. Humor melhora.
DIA 3 - Mais casas, com um novo corretor. Mais feliz, impossível. Comprei uma calça. Me olhei no espelho e vi que engordei. Búzios sucks.
Voltamos para a pousada. Enfim, paz para ler e escrever a peça. Sento na rede, olhando para o verde e ouvindo o mar, no mais puro silêncio. Depois de 25 minutos, começa a ventar. Mais dois minutos e uma chuva torrencial. Uma goteira. Duas. Três. Frio. Voltei para o quarto. Que merda.
Jantamos no quarto. Tive que queimar uma garrafa para ter um copo. A cia. é 'previdente'. Minha coca-cola ficou com gosto de plástico queimado.
DIA 4 - Mais casas. O corretor simpático - mesmo do dia anterior - nos levou para ver o Mirante de Búzios. Finalmente vi as praias. Tirei muitas fotos. Mais até do que um turista russo. Cara, tipo assim, Búzios é tuuuudo.
Voltei para a pousada. Fechei a conta. Tirei uma foto de um cachorro com uma orelha caída, o Zeca. Vira-latex gente boa.
Bunda no assento. Mesmo sob protestos da cia. voei pela estrada. Tirei fotos.
Cheguei em casa. Cansada. Sem ter uma cena sequer. Dor de cabeça. Que férias...
O poodle está deitado do meu lado, feliz da vida. A dona voltou, trouxe presentes e ele sabe que tudo vai voltar ao normal. Eu também sei. Que merda.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 6/06/2004 07:28:00 PM
|
