mais um adjetivo para volúvel ->
5.12.2004
Imprópria
Que não é próprio, adequado. Que não é justo, inexato. Inoportuno, inconveniene, inadequado, indecoroso, indecente. Conduta imprópria.
O que é, na verdade, impróprio? O salário mínimo? Os filmes pornôs? As revistas de nudez e de sacanagem? A mão boba no elevador, sexo em locais públicos, a política exterior do país, o soldade americano executado, os soldados iraquianos servindo de troféu para soldados americanos desajustados? Eu já nem sei mais.
Perdi a linha. A linha para mim é um ponto. Menos do que isso, até.
Chegaram hoje os dois primeiros CD's dos Los Hermanos que adquiri recentemente no Submarino como forma de me acalmar para a prova de quinta-feira. Comprei também um pão doce, um pacote de deliciosos palitinhos de queijo e um livro para fazer o meu trabalho de semestre de interpretação. E ainda estou pensando em comprar um outfit para a festinha de sábado.
Ou seja, eu viro uma consumista feroz em épocas de grande nervosismo. Ou talvez o grande nervosismo seja a desculpa para o consumismo feroz. É tudo uma questão de ordem de fatores.
Sábado. A festinha à toa de inauguração do espaço de Pierre, onde estarão todos os meus conhecidos e para onde levarei alguns dos meus amigos. Hoje estava conversando com uma amiga e cheguei à conclusão de que, com tudo o que acontece, eu tenho um grande medo de que a época acabe e eu seja forçada a esperar um novo ciclo. Não agirei como louca - como já fiz, num passado negro - mas também não vou deixar passar. Só sei que já disse "Chega!" "Basta" e de nada adiantou. Continua tudo. Com algumas mudanças drásticas, que o leitor fiel poderá notar se prestar atenção às palavras dos últimos posts.
Eu me sinto com treze anos, passando o tempo das aulas imaginando coisas e rindo do nada, ouvindo músicas no quarto, olhando para o teto, para o poster de "Antes do Amanhecer". Cheguei ao cúmulo de ficar escrevendo 'bobagenzinhas românticas'.
Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu brincar com o meu nariz
Eu sei. Eu sei. Já ouvi os pensamentos de "ai, menina!..." do leitor fiel que pensa que essa coisa toda já foi longe demais. Só que esse é o problema. Foi longe demais.
E quando as coisas chegam ao fundo, não há quem as arranque.
Agora é deixar.
PS: Primeira quote de Todo Carnaval tem Seu Fim, do Marcelo Camelo e segunda quote de Bodas de Sangue, de Federico Garcia Lorca.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 5/12/2004 01:17:00 PM
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