mais um adjetivo para volúvel ->
5.07.2004
Eu sei que não escrevo tanto...
... mas continuo pensando muito, ativamente, passivamente e desejosa, sobre várias coisinhas ao meu redor, já que o que não faltam são pequenas e grandes novidades a acelerar de maneira vertiginosa as poucas horas do meu dia. Já nem e importo mais em fazer sentido, usar as palavras certas ou simplesmente deixar de usá-las por completo. Não me importo se usam "viabilizar" no sentido de "criar" ou se o próprio verbo viabilizar vem escrito com "s". É uma letra como outra qualquer e por isso mesmo não deve ser deixada de lado quando resolve aparesser nas frases. s. s. s. Viu? É fácil.
Não me importo de ouvir Josephine Baker cantando "J'ai deux amour". Ela é sortuda. Quisera eu. De repente, nasci na época errada e precisaa viver onde os cavalheiros fazem a corte, ao invés de deixarem suas damas aguardando para a carona diária. Talvez precisasse conhecer um verdadeiro cabaré 'Anjo Azul' e cantar canções em alemãos, francês e inglês enrolados pelo álccol e com um toco de tabaco nas mãos manicuradas, precisando do abraço invisível dos que me vêm durante a performance nossa de cada dia. Acordar mais uma vez nos braços de alguém que tenha outra alguém - que provavelmente tem saúde fraca e um jeito meio matrona - de cabelos feitos, maquiagem impecável, catar meus pertences, me vestir sem pressa e ainda ir até a portaria, com um meio-sorriso satisfeito nos lábios de ambos e pegar meu táxi, sem precisar combinar novo encontro, porque já fica implícito que na próxima carona acontece de novo. E de novo.
Ou talvez devesse ser Gilda, caminhando em saltos agulha e cantando canções que misturam latinidade e hollywoodianidade de maneiras que se tornaram clássicas, tirando minhas longas luvas de cetiam e atirando-as para meus admiradores, tendo sempre em mente aquele homem-que-não-presta-mas-a-quem-eu-amo ali, me olhando de longe, quase chegando perto, mas com um receio não que nunca se entende. Um receio de si mesmo.
E ao fim, poderia ser aquele tipo de garota para quem os homens dizem: "Você é a mulher da minha vida." Enquanto eu tenho a certeza íntima de mulher amada e que pode se dar ao luxo de ser brega, de que essa garota não é a personagem nem a máscara criados para uma noite ou um encontro, mas, sim, eu mesma.
Queria um remédio para aplacar algo vindo não sei de onde,
mas depois de ler cada bula na caixinha de remédios,
decobri que o que eu queria mesmo era você.
por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 5/07/2004 02:11:00 PM
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