Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas Caminhos Tortuosos no Descampado sem Curvas
Sem poder me virar, seguir em frente, ou chegar a uma conclusão, eu me sento e escrevo, sem saber muito bem o quê.

mais um adjetivo para volúvel -> The current mood of acredoce at www.imood.com

 

4.13.2004

Pare de Pensar

Nunca me disseram que me amam.
Já me disseram que sou maníaco depressiva.
Já me disseram que eu sou paranóica.
Já me disseram que sou louca.
Já me disseram que não.
Já me disseram que sim.
Já me disseram que eu penso demais.
Já me disseram que sou linda.
Já me disseram que preciso esquecer.
Já me disseram que estou obsecada.
Já me disseram que preciso dar fim a essa obsessão.

Sentaram-se ao meu lado, do nada, para me falarem em voz baixa algo que não ouvi por estar pensando nessa vinda sem maiores intenções para me falar coisinhas sem sentido, mas que fazem toda a diferença e acabei não ouvindo muita coisa, além do que já disse acima. Naquela luz, é quase impossível não sorrir com a irrealidade das situações, aquela aura de filme, de anjo, de sonho que acaba emanando de cada pessoa no palco. Estranho como hoje em dia eu falo em palco sem nem pestanejar, mas como parte integrante da minha vida e isso é bom. É ótimo. E as condições são perfeitas para se pensar, principalmente quando não se pode agir; talvez seja esse o problema.

Eu olhei para o meu lado, segura de que eu não poderia encostar minha cabeça e ficar lá, olhando para o palco e apreciando o momento, sem pensar. Mas, enquanto isso também lembrava que o que me faz pensar sem parar é biológico, é uma superatividade das ondas beta do meu cérebro, ou algo assim. Ah, que me importa?, eu gosto disso. E fiquei lá, ouvindo aquela proximidade com todos os poros, louca que sou.

É quando eu penso que deveria dar mais esmolas.

Terrível isso.

Estou começando a ouvir mais Joy Division e acredito piamente que esta seja a razão para esse post meio louco, mas orgânico como poucos. Sem mentiras. Mas cheio de pensamentos e de batalhas que são aquelas que nos fazema cordar e viver a vida, cada dia mais, cada dia mais e agora estou aqui, com a cabeça imersa em nuvens, com medo do que poderia acontecer se der um passo em falso, mas também louca e gritando. O Henry Miller também faz isso comigo. E o Radiohead. E o velho U2. As velhas paixões e as novas.... Quem me diz que isso não é vida? Eu gosto de toda essa mistura; só queria não precisar me manifestar a todo momento, que eu pudesse controlar a intensidade das coisas. Mas para que isso aconteça eu não posso querer controlar. Só que, se eu não tento controlar, eu não sei como agir, eu piso no vazio. É como receber uma cantada de quem menos se espera, daquelas fortes, impossíveis até mesmo para mim, de serem confundidas com 'comentários diversos'.

"Você está linda hoje. Semana passada, estava meio triste, mas hoje está liinnda. Brilhante", seguido de um olhar de admiração que beira o infantil.

Mil pensamentos surgem na hora. Eu flertei de volta porque sou solteira e filha de Deus.

"Você também está lindo. Aliás, sempre. Você é lindo."

Isso nunca acontece quando a gente precisa de uma tirada sacaninha. Sempre acontece algo do tipo: silêncio desconfortável seguido de um barulho do estômago vazio que acaba por estragar o momento. (foi o que aconteceu ontem) Hoje é engraçado. Na hora é sempre surreal e eu fico pensando se isso só acontece comigo e se meu estômago faz parte de uma conspiração para me constrager. Porque quando eu estava flertando descaradamente com o meu amiguinho lindo, ele estava quietinho. Só se manifestou quando falava murmurando em 'parar de pensar' e 'eu faço isso sempre. estrago o momento' e 'eu sei'.

Eu sei.

*câmbio. over.*


por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
preenchimento do cabeçalho obrigatório: 4/13/2004 11:04:00 AM |

 

 


 

 

 

mais tentativas de fazer algum sentido

 

se eu mdaur a oredm das lerats vcoe anida vai me etnedenr?

 

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