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2.04.2004

Lost in the World



Acabo de voltar do cinema, onde fui ver 'Encontros e Desencontros', título infeliz para o filme da Sofia Coppola, Lost in Translation, que está por aí, a ganhar prêmios e prestígio. Eu não sei por quê tive a vontade escrever logo após sair do cinema. É algo como uma força da natureza, alheia à minha vontade e que prefere simplesmente regar o meu humor - que no instante oscila entre esperançosa e deprimida - com palavras sem nexo, mas que parecem se encaixar como forma de atenuar as complicações diárias.

Fez sentido?

Gostei do filme. Adorei, na verdade. N]ao tenho a vaga noção do por quê. Ou tenho? Sim, sim, eu me vi nele, de novo sonhadora, de novo tentando ser feliz em mundo mundo estranho, alheio, minha Tokyo pessoal de cada dia, que me dá o pão e o castigo. É aquela sensação que todos anseiam experimentar uma vez na vida, de algo mútuo, sadio e para o qual não é necessário palavras, explicações ou solilíquios que trazem à tona flores, bichos silvestres e forças da natureza.

Uma frase que logo pensei foi: "Don't be afraid of boundaries. They're made to be passed by."

Pensei que talvez meu momento de felicidade nã chegue, que minha timidez ou mania de julgar os outros sejam o motivo pelo qual eu me encontro aqui, sozinha e querendo, desejendo, necessitando de um colo e de uma vida sem fronteiras. Imagine se meu estranho, meu Bob já se foi... Já passou pela minha Tokyo e ficou com medo de dar mais um passo, por imaginar que meu nariz empinado fosse mais uma rejeição, uma rejeição que ele não quer nunca mais sentir? Será? A culpa é minha por ter sempre a visão de "Vim, vi e venci.", procurando o que quero e nunca dando uma chance sequer aos que querem alheios à minha percepção que, diga-se de passagem, é mais do que falha?

Ou, quem sabe, é a minha vontade, meu desespero, minha obsessão pela vivência. Acabo querendo tanto experimentar que,quando cehg a ahora, já perdi o tesão, já que na imaginação tudo fica melhor.

Talvez. Não. Alguém me ajude...

por acredoce, autora nunca publicada e raramente lida.
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